Eu não
percebi ao acaso de que se tratava, percebi que era de mim. Da minha tristeza,
da minha solidão, dos meus problemas, da minha vida. Ao que todos os olhares
eram de desprezo ou descontentamento, inimaginava eu que tudo aquilo era
sentido ao me ver. Talvez quem disse um
dia que eu não era eu, estava sendo certo e eu errado em acreditar que era
tolice, até porque eu não era eu pra acreditar que era verdade. E essa
inverdade, a verdade que na verdade era mentira pra mim, continuou sendo
verdade pra outros e inverdade pra mim, e eu continuei sendo outra pessoa que
não era eu. Pronto para atacar a qualquer momento as incertezas da vida, sem
saber se era certo, se era errado, se eu era realmente eu. De uns tempos pra cá
venho acordando de um sonho antigo, talvez esse sonho de que eu não era eu, e
venho percebendo algumas mudanças. Talvez se eu for eu mesmo as pessoas não me
aceitem mais normalmente, mas se eu for outra pessoa elas me aceitem. Mas não. O
que eu escolhi foi largar o “não eu” e ser eu. Ser eu, independentemente de
quem eu seja, ou o que vou fazer sendo eu. Ser eu, independentemente de quem
aceite o meu eu, e de quem me ajude a ser eu mesmo, sendo eu. O que eu escolhi
foi ser eu, do meu jeito, da minha maneira. Talvez quem disse um dia que eu não
era eu, agora olhe pra mim e diga: Como você mudou, amigo.
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